domingo, 27 de março de 2011

Tempo.

Não sei de todo o mundo, mas desde que eu era muito pequena, sempre achei que eu era o centro do planeta, que tinha ótimos amigos, ótimas influências e bom senso. Também pensei que todas as minhas amigas nunca me decepcionariam e que nunca haveria alguém que me fizesse, por pura maldade, chorar. Engraçado como as coisas mudam na nossa cabeça desde que somos apenas pequenas crianças sem experiência nenhuma, até chegarmos até algum certo ponto da vida onde começamos a refletir sobre isso, parece que quando você cresce, ninguém mais se importa realmente com a sua vida além dos seus pais que te mandam todo dia arrumar o quarto e estudar, e que a vida passa de divertida, a um saco total em um piscar de olhos... Acho que de tudo que eu pensava desde a infância, só o que me permaneceu foi o bom senso, de todas as alternativas possíveis, as amizades se foram, a atenção toda se foi, tudo acabou indo por água abaixo apenas porque com o tempo, acabei crescendo. 
Praticamente não tenho mais vida social, não vejo nem converso muito com meus amigos da antiga escola, e acho até que eles nem se importam comigo, uma vez que sinto casualmente saudade de um ou dois, que por razões pessoais me fazem uma considerável falta. Perdi contato com pessoas que eu gostava, que me faziam bem, mas também perdi contato com pessoas que só depois percebi como foram cruéis e o quanto me fizeram  mal. Queira você ou não, a vida vai continuar mesmo que você não esteja presente, as pessoas ainda vão viver suas vidas sem se importar se você anda bem ou não, e você terá que se acostumar com isso. Ninguém se importa enquanto você não está presente, e muito menos ainda se você mesmo se importa. Irônico, não? Todo o mundo perfeito de contos de fadas agora se transformou em uma vida real, de poucos amigos, de pouco tempo livre, de pouca mentira pra me cercar. Se isso for ser adulto, posso dizer que até que estou gostando, que o tempo passe cada vez mais depressa, que as pessoas agora me respeitem e aceitem a minha opinião sobre as coisas. Acho que ser ouvido compensa as coisas ruins que passei. Ser amada compensa toda a tristeza, o ódio, e as coisas difíceis que acabei enfrentando, ser respeitada compensa todas as vezes em que fui subestimada e ofendida a troco de nada, e acima de tudo, aceitar que estar aprendendo tudo isso não é nem um pouco fácil, mas que no fundo eu considero, de certa forma, muito divertido.

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